15 de março de 2008

HISTÓRIA DO LÍQUIDO CEFALORRAQUIANO

THE HISTORY OF CEREBROSPINAL FLUID

Resumo de tema livre que apresentamos no XI Congresso Brasileiro de História da Medicina, em outubro de 2006, em Goiânia (Brasil):

Título: A HISTÓRIA DO LÍQUIDO CEFALORRAQUIANO
Autor: ELVIO ARMANDO TUOTO
Instituição: International Society for the History of the Neurosciences (ISHN)

Resumo: O autor revisa a história do líquido cefalorraquiano (liquor cerebrospinalis) desde os antigos egípcios até a nossa era, abordando, inclusive, estudos pioneiros de eminentes médicos brasileiros. São mencionadas as contribuições de Hipócrates, Galeno, Vesálio, Valsalva e a descrição minuciosa do líquor efetuada pelo inglês Francis Glisson. Em 1764, o anatomista italiano Domenico Cotugno publicou uma pesquisa, definitiva para a época, sobre o líquor. François Magendie, em 1827, foi autor de um estudo detalhado sobre a secreção e reabsorção do líquido cefalorraquiano. A punção liquórica lombar foi introduzida, em 1891, por Heinrich Quincke na Alemanha e por Walter Wynter na Grã-Bretanha, através de pesquisas independentes visando à redução da pressão liquórica com fins terapêuticos. Hans Queckenstedt foi o responsável por importantes estudos na Alemanha, sobre a dinâmica do líquor. Diferentes pesquisadores publicaram estudos químicos, citológicos e bacteriológicos do líquido cefalorraquiano, destacando-se os cientistas franceses George Froin (descreveu a síndrome do bloqueio liquórico medular, em 1903) e Mestrezat (publicou trabalho sobre a química liquórica, em 1911). Em 1918, o cirurgião norte-americano Walter Dandy introduziu a ventriculografia e, no ano seguinte, a pneumoencefalografia. Em 1921, Jean Sicard e Jacques Forestier, na França, descreveram a primeira mielografia. A punção liquórica cisternal pioneira foi realizada pelo norte-americano James Ayer, em 1920. No Brasil, Miguel Couto foi o primeiro a efetuar uma punção lombar com fins diagnósticos, no Rio de Janeiro, em 1897. Outro precursor da raquicentese no Brasil foi Juliano Moreira, o qual a executou em 1902. Moreira instalou o primeiro laboratório de análises clínicas do país em 1923, no Rio de Janeiro, a partir do qual se estabeleceu a rotina das punções lombares diagnósticas. Em 1926 foi realizada a primeira punção liquórica cisternal no Brasil por Faustino Esposel, no Rio de Janeiro, e Antonio Cândido de Camargo e Enjolras Vampré, em São Paulo. Augusto Brandão Filho foi o autor da primeira ventriculografia no Brasil, no Rio de Janeiro, em 1924. Oswaldo Langue, em São Paulo, dedicou-se à pesquisa do líquido cefalorraquiano, sendo reconhecido internacionalmente, nos anos 30, pela descrição da síndrome liquórica na neurocisticercose e pelo desenvolvimento da técnica de detecção de células neoplásicas no líquor. Oswaldo Lange publicou, em 1938, o primeiro livro em língua portuguesa sobre o estudo do líquido cefalorraquiano.

Para citar este trabalho (citation):
Tuoto, E. A. "A história do líquido cefalorraquiano." Anais do XI Congresso Brasileiro de História da Medicina, Goiânia (Brasil), outubro de 2006.

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CITAÇÕES DESTE ARTIGO POR OUTROS AUTORES:
1- Almeida RF. Punção lombar: um exame esquecido. Migrâneas cefaléias 2009; 12(1):36-39.


[ELVIO ARMANDO TUOTO: Autor do conteúdo escrito deste artigo, inclusive criação, pesquisa, tradução e edição]

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[Last modified: 3-Nov-2010]
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